Os neobancos, bancos digitais 100% online, estão conquistando cada vez mais espaço no Brasil e na América Latina. Com serviços ágeis, menos burocracia e taxas reduzidas, atraem milhões de usuários, desafiando os bancos tradicionais e forçando o setor a se reinventar.

Crescimento no Brasil
O mercado de neobancos no Brasil ultrapassou US$ 4,2 bilhões em 2024, com previsão de crescimento anual médio de 44,8% até 2033, podendo superar US$ 118 bilhões. Esse crescimento é impulsionado pela alta penetração de smartphones, demanda por serviços financeiros digitais e políticas de incentivo à inclusão financeira.
Expansão na América Latina
Na América Latina, dezenas de neobancos já operam em mercados como México, Colômbia e Argentina, reunindo mais de 71 milhões de clientes, consolidando sua presença em um mercado cada vez mais aberto às soluções digitais.
Desafios aos bancos tradicionais
Os neobancos oferecem acesso a produtos financeiros de forma simplificada, alcançando populações antes desatendidas e oferecendo taxas reduzidas. Eles utilizam tecnologias avançadas, como Open Finance e finanças incorporadas, para criar experiências personalizadas e integradas, tornando o atendimento bancário mais ágil.
Apesar do crescimento acelerado, muitos neobancos estão buscando modelos mais sustentáveis, investindo em rentabilidade e ampliação de serviços para manter o ritmo de expansão.
Caso Nubank
O Nubank se destaca como o maior neobank da América Latina, com mais de 110 milhões de clientes, sendo 100 milhões no Brasil, 10 milhões no México e 2 milhões na Colômbia. A receita do banco superou US$ 1,6 bilhão em 2024, demonstrando a força desse modelo digital no mercado.
O banco também obteve licença bancária no México, fortalecendo sua atuação e ampliando a oferta de serviços naquele mercado.
Impacto nos bancos tradicionais
Os bancos tradicionais enfrentam desafios significativos, como a perda de clientes jovens que preferem o atendimento rápido via aplicativos, redução de margens devido à concorrência com contas digitais sem tarifas e a necessidade de acelerar sua transformação digital.
Em resposta, muitas instituições estão investindo em hubs de inovação, adquirindo fintechs ou desenvolvendo seus próprios serviços digitais para manter a competitividade.
Perspectivas para o mercado
Os bancos tradicionais devem buscar parcerias estratégicas com fintechs e neobancos para aprimorar serviços e tecnologia, mantendo a competitividade em um mercado em constante transformação. A regulação voltada para o Open Finance deve aumentar a concorrência e estimular a inovação, fortalecendo o ecossistema financeiro digital.
O cenário aponta para um modelo híbrido, onde bancos digitais e tradicionais coexistem, cada um com vantagens e públicos específicos, transformando a forma como as pessoas interagem com serviços bancários.
Final
Os neobancos vieram para ficar, impulsionando a transformação digital no setor financeiro no Brasil e na América Latina. Não representam o fim dos bancos tradicionais, mas reforçam a necessidade de evolução do setor para atender a um público cada vez mais conectado, que busca agilidade, praticidade e menor custo em seus serviços financeiros.