O que levou o dólar a atingir um patamar histórico?
Na última sexta-feira (29) o dólar atingiu a histórica marca de R$ 6, pela primeira vez desde a criação do real, o que nos demonstra mais um reflexo das incertezas econômicas e políticas que pairam sobre o Brasil.
Tal cenário turbulento foi impulsionado pelo anúncio recente de um pacote fiscal do governo, que inclui cortes de gastos e aumento no limite de isenção do Imposto de Renda. E embora o impacto inicial tenha elevado a moeda americana a R$ 6,11 durante a manhã de sexta, o valor foi baixando ao longo do dia, encerrando em R$ 6,001, com alta moderada de 0,19%.
Essa oscilação cambial trouxe uma nova onda de preocupação ao mercado financeiro, que já vinha sofrendo com instabilidade, e a Bolsa de Valores, após iniciar o dia em queda, reverteu o movimento à tarde e fechou em alta de 0,85%, alcançando 125.668 pontos. Ainda assim, o avanço não foi suficiente para compensar a perda semanal de 2,46%, representando o pior desempenho desde setembro de 2024.
Quais fatores estão contribuindo para a pressão sobre o real frente ao dólar e ao euro?
O real segue pressionado não apenas frente ao dólar, mas também em relação ao euro, que fechou em alta de 0,41%, cotado a R$ 6,348. Apesar das oscilações, o Banco Central optou por não intervir, indicando confiança na capacidade do mercado de absorver o impacto sem medidas adicionais. Ainda assim, a volatilidade expõe as fragilidades da economia brasileira diante de um cenário interno e externo desafiador.
Falas de Rodrigo Pacheco e Fernando Haddad que sinalizaram ajustes no pacote fiscal, trouxeram um certo alívio ao mercado. No entanto, a disparada do dólar mostra uma complexa interação entre incertezas políticas e pressões externas, mantendo a moeda americana como um termômetro das preocupações dos investidores.
Resta ao Brasil buscar soluções para restaurar a estabilidade e recuperar a confiança no mercado.